domingo, 22 de setembro de 2024

ciGanA...

Aff... não é preconceito, questão de ter empatia ou não... é questão de inconveniência.. Não tem jeito, eu não gosto de ciganos... Mas não estou me referindo aos Banjaras, ciganos músicos e dançarinos, que realmente carregam e disseminam a cultura cigana que tem seus aspectos interessantes, mas me refiro aos “calom”, aqueles ciganos que tentam ser ciganos, que chegam dominando terrenos vagos como se fossem sem terras. Que não têm casa de alvenaria, mas barracas com lonas, não trabalham, mas têm dentes de ouro, caminhonetes. Aqueles que ligam os microondas, geladeiras e televisores em suas barracas a partir de gatos na rede elétrica na qual pagamos por ela e por eles, afinal a taxa de iluminação pública está lá na nossa conta. Como pode isso? Tem gente que trabalha muito e honestamente e mal consegue comprar uma bicicleta e enquanto isso a “calomnada” está lá. As mulheres com suas saias e vestidos de cores vivas e fortes quase nos obrigam a dar nossas mãos para elas lerem. Ocupam as calçadas das ruas e quando você passa, você mulher, pois nunca vi elas pararem um homem sequer, quando passa, elas te puxam e se você der uma desvencilhada elas não deixam você escapar.
Um dia desses, saindo do dentista eu me deparo com elas na calçada mais a frente e como sempre, vou em direção ao outro lado da rua. Quando estava prestes a atravessar a rua, não é que uma delas me surpreendeu? Com sua saia laranja em um tom extremamente forte com seus dentes de ouro ela fala: “Deixa eu ler a sua sorte” e tenta pegar a minha mão. Eu respondi a ela: “Só se você deixar eu ler a sua primeiro...”

... Ela virou as costas e juntou-se as outras... Por que será?

é AsSiM...

Não tem jeito, passam-se dias, meses, anos, décadas e o ser humano continua sendo e sempre será egoísta. O sentimento de posse sempre atordoa as pessoas, fazem com que elas surtam. “Eu não quero mais ele, não tem mais jeito, mas o fato de saber que hoje ele está nos braços de outra é o fim. Argh!” Como assim? E as coisas remoem lá dentro... Tudo por conta do sentimento de posse.
“Fulaninha, sou louco com você, mas não posso lhe oferecer exclusividade e ficaria muito chateado e nossa relação poderia sofrer conseqüências se soubesse que você se envolveu com outra pessoa.” Como assim? E as coisas remoem lá dentro... Tudo por conta do egoísmo...
Não há psicologia ou outra ciência capaz de fazer com que o ser humano aceite determinadas circunstâncias sem sofrer danos emocionais. Por mais que estudos consigam justificar tais comportamentos, nenhum ainda descobriu a forma de aceitá-los, eliminá-los. Os homens sem paciência acham as mulheres complicadas, e as mulheres em análise a sua essência feminina acham os homens muito racionais... mas é impossível viver sem eles, é impossível viver sem elas... e assim vamos, cada um tentando lucrar e se beneficiar da melhor forma... Evidenciando coisas, omitindo, deletando, colecionando... vivendo realidades, ilusões, medos, fantasmas, desejos, sonhos... e por falar em desejos e sonhos... no aspecto relações humanas é impossível sonhar sozinho, o monólogo não existe e na maioria das vezes esquecemos de consultar a personagem coadjuvante se é de interesse dela fazer parte dessa peça, aceitar o convite para atuação. Complicado demais né? E assim vamos que vamos!! Na tentativa de chegar em comum acordo até mesmo como conseqüência de um desacordo... E ser feliz... independente dos percalços.

... sEmPre uM roStiNhO fEliZ?

Mercado lança mais uma boneca model loira estilo Barbie, a “Vaidosa”. Com saudade do tempo da infância, daquelas manhãs onde não temos nada para fazer a não ser assistir desenho animado e aguardar a nossa mãe nos mandar para o banho, almoçar, escovar os dentes e depois de tudo isso, aula... Hoje resolvi assistir por alguns instantes, uma vez que a vida adulta não me permite isso a manhã inteira, desenho animado, Tom e Jerry, que continua tão engraçado e com a mesma trilha sonora de alguns bons anos atrás. Sem tempo e interesse pelo que é transmitido nas polegadas das tradicionais, planas e plasmas eu não sabia que as crianças nos intervalos entre o pica-pau, o pateta, as poderosas, dentre outros, são bombardeadas por comerciais HotWills, Polly, DVD só para os pequenos, Barbie veterinária, Barbie Marombeira e o mais nova criação de todas a “Vaidosa”. Boneca magra, loira, de cabelos lisos e o melhor de tudo, você pode lavar os cabelos da boneca que eles continuam macios segundo o comercial que começa assim: Duas meninas, com certeza classe media alta, brincando de cabeleireiro. A “cabeleireira” mirim lava o cabelo da sua cliente mirim loira e diz mais ou menos assim... “Nossa! Que cabelo macio! Igual o da minha vaidosa” em seguida vem à cena do cabelo da vaidosa sendo lavado pela “cabeleireira” mirim. Essas coisas me irritam, os nomes então... vaidosa ou seria vaidosinha? Seu lá... um vaiiiiiiii... qualquer desses...
Além das Barbies, Polly, Susy, Vaiiii e imitações, tentaram resgatar as frutas, as frutas bonecas, pois as frutas humanas, para não dizer bundundas, peitudas, ainda continuam em alta. Na minha época, além das Chuquinhas, tinha também a moranguinho, uvinha, laranjinha, tudo com cheirinho. E hoje em dia bonequinhas com nome de frutas, em tamanho maior voltam a perfumar as narinas das brasileirinhas... Enfim, temos hoje no mercado surta pai surta mãe a coleção de Bonecas Frutinhas agora com novas frutas... ou seja, incluíram novas bonecas... Perceberam que estavam esquecendo um público alvo específico que também consome e assistem desenhos animados, os idealizadores das frutinhas tiveram o “inside do ano”, lembraram, ou até mesmo descobriram que café e cacau também são frutos e lançaram a cacau e café tendo em fim uma salada mista de bonecas aromática quase justa.

A “estrela” da minha época não existe mais, mas concorrência, “criatividade”, variedade e pensamentos brancos ainda perduram.

Uma perguntinha... se você estivesse jogando adedaaaaaanha e a letra da vez fosse a C, no item fruta, você iria colocar caju, carambola, cereja ou café e quem sabe cacau?

eU taMbÉm aBrAcEi...

Adeus coelhinho da páscoa! Hora de voltar à realidade. O feriadão ficou para trás e na sacola no saldo do último final de semana, nada de ovos de chocolate, mas saudade, lágrimas e muita coisa por fazer.
O cotidiano de uma rodoviária costuma ser um lugar extremamente engraçado, com mil coisas para serem observadas e pessoas de todos os estilos, um laboratório e tanto para atores. Eu me divirto, mas hoje, que apesar de não ter pregados os olhos e por isso tenho a sensação de ainda ser ontem, a simpática rodoviária de Juiz de Fora estava lotada, muita gente ia e vinha, alguns com passos mais velozes, outros devagar, arrastando malas, mas independente da velocidade, andar e olhares, a maioria demonstrava cansada e refletia tristeza... Cansada, porque quando saímos da rotina, temos a oportunidade de descanso, mas optamos na maioria das vezes para dar uma passeada, visitar os parentes, rever paixões, amores, conhecer gente nova e outras coisas mais... e triste, porque o feriado não é eterno, porque é preciso despedir-se de quem fomos visitar, porque dói um bocado abraçar ele ou ela, sem a certeza do próximo abraço. Nunca vi em tão pouco tempo tantas pessoas se abraçarem... abraços dados como se fosse o último suspiro da sétima vida de um felino, a última folha que cai no fim do outono em cima de possas de lágrimas de despedida de mais uma estação.
Além de abraços, despedidas, havia também na rodoviária juizforana um jovem bonito que comprava passagem para um lugar qualquer e que ao avistar a moça que passava, olhou para a camisa do Corinthians que ela vestia, para corpo e o rosto dela, não necessariamente nessa ordem e disse todo manhoso: que pecado... (traduzindo a feição e tonalidade com que ele disse, que pecado, seria o mesmo que: tão bonitinha, tinha mesmo que ser corintiana?) e soltou um sorriso muito bonito, estilo comercial de pasta de dente. Ele era bambi, ela fiel, e iniciaram um curto papo futebolesco finalizado com desejos de sorte no jogo da volta... e, mesmo apesar dos sorrisos bonitos e rostos belos compartilhados na hora do xavegol que foi totalmente para fora eu tenho a certeza de que ela é incapaz de reconhecê-lo, ao menos que ele reapareça com a mesma calça xadrez da atual moda masculina jovial, esteja no mesmo guichê e venha com o mesmo papo... com o mesmo momento sem valor algum apesar de tanta beleza.
Na última semana vivenciei muitas despedidas, ausência de sabores, um sábado longo, estressante, com ar de incertezas, porém uma certeza... Ou até mesmo duas do mesmo gênero... que tento entender... sendo lançado mais um desafio na minha vida...
Atualmente me preparo para uma semana de desfechos e desapegos. No quarto onde vi os meus sonhos nascerem, hoje tem muita roupa espalhada, objetos que guardados há muito tempo não tem mais utilidade para a mulher que nasceu de uma menina sapeca e sempre sorridente.
Momentos de decisões, mudanças, reflexões e de muitas atitudes até então somente pensadas que acabam por enferrujar ações ao longo do tempo e trazer entraves no presente às vezes nos surpreende de uma hora para outra, minimizando todos os projetos, expectativas e promessas que costumamos idealizar toda virada de ano.

cOnTrAstEs?

Ele...
Ele um rei, com rainha e dois príncipes, ela uma Princesa com um reino ainda em construção....
Ele com uma vida cheia de coisas resolvidas que impede que outras se resolvam, ela com coisas resolvidas ainda por resolver.
Ele racional, objetivo, matemático... Ela às vezes ingênua, muito aberta, cercada de incógnitas definidas.
Ele gigante, ela também, apesar de pequena...
Ela com pontos ainda por pontuar... ele com vírgulas que talvez nunca sejam pontos...
Ele um rei com castelos, carruagem blindada, ela uma princesa plebéia com sonhos e coletivos caros a disposição...
Ele golfinho, ela estrela do mar...
Ele campeão, ela campeã, porém em modalidades diferentes...
Ela com vários pedidos, ele já pedido.
Ela com ele... Ele com ela...
Ela...


Nesse país tropical existem reis, rainhas, príncipes e princesas?