domingo, 22 de setembro de 2024

eU taMbÉm aBrAcEi...

Adeus coelhinho da páscoa! Hora de voltar à realidade. O feriadão ficou para trás e na sacola no saldo do último final de semana, nada de ovos de chocolate, mas saudade, lágrimas e muita coisa por fazer.
O cotidiano de uma rodoviária costuma ser um lugar extremamente engraçado, com mil coisas para serem observadas e pessoas de todos os estilos, um laboratório e tanto para atores. Eu me divirto, mas hoje, que apesar de não ter pregados os olhos e por isso tenho a sensação de ainda ser ontem, a simpática rodoviária de Juiz de Fora estava lotada, muita gente ia e vinha, alguns com passos mais velozes, outros devagar, arrastando malas, mas independente da velocidade, andar e olhares, a maioria demonstrava cansada e refletia tristeza... Cansada, porque quando saímos da rotina, temos a oportunidade de descanso, mas optamos na maioria das vezes para dar uma passeada, visitar os parentes, rever paixões, amores, conhecer gente nova e outras coisas mais... e triste, porque o feriado não é eterno, porque é preciso despedir-se de quem fomos visitar, porque dói um bocado abraçar ele ou ela, sem a certeza do próximo abraço. Nunca vi em tão pouco tempo tantas pessoas se abraçarem... abraços dados como se fosse o último suspiro da sétima vida de um felino, a última folha que cai no fim do outono em cima de possas de lágrimas de despedida de mais uma estação.
Além de abraços, despedidas, havia também na rodoviária juizforana um jovem bonito que comprava passagem para um lugar qualquer e que ao avistar a moça que passava, olhou para a camisa do Corinthians que ela vestia, para corpo e o rosto dela, não necessariamente nessa ordem e disse todo manhoso: que pecado... (traduzindo a feição e tonalidade com que ele disse, que pecado, seria o mesmo que: tão bonitinha, tinha mesmo que ser corintiana?) e soltou um sorriso muito bonito, estilo comercial de pasta de dente. Ele era bambi, ela fiel, e iniciaram um curto papo futebolesco finalizado com desejos de sorte no jogo da volta... e, mesmo apesar dos sorrisos bonitos e rostos belos compartilhados na hora do xavegol que foi totalmente para fora eu tenho a certeza de que ela é incapaz de reconhecê-lo, ao menos que ele reapareça com a mesma calça xadrez da atual moda masculina jovial, esteja no mesmo guichê e venha com o mesmo papo... com o mesmo momento sem valor algum apesar de tanta beleza.
Na última semana vivenciei muitas despedidas, ausência de sabores, um sábado longo, estressante, com ar de incertezas, porém uma certeza... Ou até mesmo duas do mesmo gênero... que tento entender... sendo lançado mais um desafio na minha vida...
Atualmente me preparo para uma semana de desfechos e desapegos. No quarto onde vi os meus sonhos nascerem, hoje tem muita roupa espalhada, objetos que guardados há muito tempo não tem mais utilidade para a mulher que nasceu de uma menina sapeca e sempre sorridente.
Momentos de decisões, mudanças, reflexões e de muitas atitudes até então somente pensadas que acabam por enferrujar ações ao longo do tempo e trazer entraves no presente às vezes nos surpreende de uma hora para outra, minimizando todos os projetos, expectativas e promessas que costumamos idealizar toda virada de ano.

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