Relações cada vez mais banais… supérfluas… E estou de volta, indignada, em meio há essas banalidades que lamentavelmente nos cercam…. Ontem dediquei alguns minutos da pausa do meu estudo a um programa de TV, desses que nada nos acrescentam, mas que pelo menos me proporcionou boas risadas do ridículo que meus olhos viam. Tem que rir para não chorar!! Não sei dizer o nome do programa, muito menos o canal. A televisão já estava ligada e eu simplesmente aproveitei o embalo e a transição do quadro “O artista nu” para um quadro que sua ementa se resume à: conheça e comece a namorar no programa… Não recordo o nome desse quadro, mas sei que nele existe até um cupido virtual, o tal do queridinho da mamãe e vários tocos artificiais em um cantinho do estúdio destinado aos meninos que não são aceitos pelas meninas super produzidas e com os cabelos arrumados e pintados com a tinta “tomnãoseiquelá” que patrocina o quadro. O cantinho do toco é somente para os homens, ou seja, somente elas têm o direito de dizer não, de dar o toco. Contadinho deles, ou quem sabe sorte… rsrs O pior de tudo não é isso, tem presentinho para quem leva o toco. Quem vai para o cantinho do toco pode até passar o resto do programa sentado no toco artificial, mas em compensação é vigiado o tempo todo por uma fruta humana de uma salada qualquer que o satisfaz mesmo sem ter direito a uma mordidinha. Mas morder para quê né? Se já vão ter assuntos para dar e vender, render com os amigos na comunidade, isso se ainda não conseguirem tirar uma foto com a fruta, a camareira, a porta do estúdio, enfim, alguma fotinha de recordação para levar e mostrar a todos para onde for, provavelmente solteiro… solteira… O que leva uma pessoa a se submeter ou ter a amarga ilusão de que é em um programa de TV, em alguns minutos de um horário que vão encontrar alguém e já sair de lá com um compromisso… O ser humano está cada vez menos humano… Menos sensitivo… Não é fácil dizer sim, demonstrar certeza no que principalmente se diz respeito a mais de uma vida, um coração. Hoje, cotidianamente em webs de entretenimento, dizem-se “eu gosto muito de você”, “eu te amo”, “você é a pessoa da minha vida”, “saudades”… … Pergunto-me: Quantos porcentos desses dizeres são sinceros? Não são frases sinônimas de banalidade? Será que quem diz gostar, gosta mesmo? Será que é o que lemos mesmo? Gosta até quando? Até onde? Em troca de que? É capaz de quê?… ??? Banalidades em conseqüência da carência? Seria isso? Ao contrário de muitos, não tenho medo de ficar sozinha e sim de ser infeliz. Portanto, sou capaz de abrir mão de algo que gosto muito, mas que não me faz feliz, bem. A vontade de fazer a diferença nessa vida e na vida de outrem, de ser extremamente feliz em todos os sentidos, não me permite brincar de pintar, de ao invés de dias em minha vida, eu ter páginas e fachadas, borradas pela acomodação humana e preguiça. Lembro-me, apesar da imaturidade, do peso, da responsabilidade, da falta de fôlego e de uma sensação intraduzível que me consumiu a primeira vez que senti o que é o amor (ou pelo menos uma pontinha dele) e que disse com os olhos lagrimejantes olhando dentro dos olhos do meu amado a frase “Eu te amo”. Como demorei a dizer, a criar coragem. Tive medo, afinal de contas é uma responsabilidade enorme compartilhar vidas, olhar dentro dos olhos de outrem e dizer com sinceridade o que se sente. Hoje, já mulher, madura, profissional, com anos constantes e infindos de estudos, reflexões e questionamentos sinto um vazio que grita por alguém quem não sei quem é, mas por algo que sei o que é… e alguém que queria que fosse… e que torço para que seja, sejamos. Nessa escola da vida, temos tempo para tudo, e várias etapas a serem vivenciadas, aprendizados e maturidades a serem conquistadas. Na minha trajetória até aqui, muito aprendi, amadureci, busquei, e outros iiiiiii…. Sinto que hoje estou entrando em uma série, se assim posso dizer, que traz um peso e uma responsabilidade já sentida antes, porém com mais força e seriedade devido ao tempo e a maturidade… Quero o hoje, no hoje, sem pressa, sem queimar etapas, com calma, com sinceridade, cumplicidade, quero curtir cada detalhe, descobrir sempre… Que a tentativa no hoje, os ideais, os antigos vivos sonhos saem da memória, percebam que o ontem já foi, que o amanhã é incerto e que temos o hoje como dádiva. Que o hoje, em todos os sentidos seja bem aproveitado, vivido e construído com a leveza, sabedoria e sutileza de quem focaliza e quer atingir suas metas e fazer a diferença. Se houver o fracasso no amanhã, seremos vitoriosos por termos tentado, dedicado sem barreiras, restrições e seremos gratos das oportunidades que Deus sempre nos proporciona e que criamos. Não tenho pressa… A paciência é uma virtude humana… eu vim de uma espera e de uma batalha e sou grata a isso… Enquanto não vêem os resultados que almejo, a concretude do que sonho e desejo para mim e para os meus, vou buscando, sendo e mantendo-me humana… não estou simplesmente no mundo, em um corpo… Agora é comigo!! Mas não um “migo” egoísta, um “migo” que anseia por um “nosco”, um “nosco” sincero, verdadeiro, satisfatório e que somatize sempre…
10 de Agosto de 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário