domingo, 22 de setembro de 2024

iMpULsOs dE AmOr

Estava arrumada, pronta para ir assistir um filme... Perfumou-se, marcou o local de encontro e embarcou no caro coletivo. Na bolsa, a carteira, celular, presilha de cabelo, batom, chaves de casa, uma barra de cereal e muito espaço vazio, mas não o suficiente para caber toda a saudade que carregava.
A necessidade de um abraço, de olhar nos olhos, sentir o calor, o sabor, o coração, de tocar, compartilhar sorrisos e... e tantas outras coisas, foram mais forte que ela, que qualquer compromisso, qualquer roteiro cinematográfico...
Pegou o telefone e disse: não vou mais... um dia quem sabe explico o porquê... Discou outro numero e disse: não me pergunte nada, confie em mim, volto amanhã.
E desceu em outra estação, em outra marquise, em outro ponto, em outra rua... enfim... Desceu de um coletivo e avistou outros muito mais caros, mas os cifrões nessa hora, diante de todo desejo e necessidade eram o de menos.
Foi ao banheiro e por uns minutos olhou-se no espelhou. Perguntara se estava certa de fazer mesmo aquilo e seus olhos brilhantes lhe deram a resposta seguidos de um lindo sorriso. Movimentou-se, havia pouco tempo para o embarque.
A vida dele para ela é previsível o que tornou fácil encontrá-lo após as cinco horas de ansiedade sentada dentro daquele ônibus. Pegou um taxi, e surpreendeu-o quando ele saía do carro. Seus cabelos ainda maiores e barba refletiam toda a saudade e dor proporcionada pela distância, pelo rompimento do cotidiano que tinham... Mas mesmo assim ele continuava lindo e até mais charmoso. Os olhos dele, ao mesmo tempo em que irradiavam alegria, pareciam não acreditar no que viam. Ela tremia dos pés a cabeça e nos primeiros minutos não foi necessário dizer nada. Como antes bateram cartão em mais uma etapa da rotina que tinham juntos... E... na corrida contra o relógio se entregaram, foram cúmplices, compartilharam medos, sonhos, desabafos, saudades e se amaram... Foram algumas horas juntos que se pudessem, fariam delas eternas, mas a vida lá fora precisava continuar... e um pouco antes de amanhecer ela precisou dizer até logo... e encarar mais cinco horas sentadas dentro daquele ônibus com o mesmo motorista que ao vê-la com a mesma roupa e ainda sem bagagem demonstrou não acreditar que aquela era a mesma mulher que descia do ônibus algumas horas atrás. Mas uma coisa estava nítida, ela voltara muito mais feliz e certa de que um amor quando verdadeiro é capaz de muito mais do que pensamos...

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