sexta-feira, 3 de abril de 2009

SeNTidO... 19 de dezembro de 2008.

Do antigo, postado em 20 de dezembro de 2008.

Ainda consigo ouvir o barulho da porta do quarto fechando…
Ainda consigo ouvir o barulho da porta da sala fechando…
Ainda consigo ouvir o barulho da porta do carro fechando…
Papapa papapa papapa papapa papapa

E o motor ligou, engatou-se a primeira, passou para a segunda e não mais o avistei, nada mais ouvi, a não ser as batidas do meu coração que aceleradas… já gritavam de saudade… E desde então, ainda ilhada, mas agora sem você um vazio enorme tomou conta de mim… é como se a água que desce veloz no rio Piranga e que dias atrás levou de forma linda e ritualística algo material e pequeno meu que eu guardava em silêncio, tivesse levado também parte de mim.


Mais uma tarde vazia se foi, porém, dessa vez ensolarada e para mim nebulosa e com os mesmos programas televisivos que nada nos acrescentam marcando presença e fazendo meu dedo se descontrolar no controle remoto a procura de algo que sei que não iria encontrar… não ali… e infelizmente… somente distante… aí…
Eis que a noite cai… e meu corpo enlouquecido pela saudade, necessitando do aconchego do seu amor que alimenta a minha alma procurou-se distrair-se pelas ruas barrentas, empoeiras, nos retratos de um caos….
Com você pulsando dentro de mim fui em busca de alimento para o corpo… Tentei fugir do nosso habitual vizinho e procurei outro lugar para comer algo… mas com o desastre ocorrido em New Bridge o comércio estava desfalcado e não me restou outra alternativa a não ser subir a ladeira e pedir ao Henrique o cardápio.
Tentei tapear sua ausência pedindo algo diferente, nada de batata, suco de laranja, sanduíche com banana ou chocolate como sobremesa… dessa vez… um copo cheio de suco de limão, uma garrafa de água gasosa, um omeletão e nada de canudinho ou chocolate… O que não adiantou nada… acabei sentando na mesma mesa da última vez, do mesmo lado… mas sem você na cadeira ao lado… mas com você explicito no meu olhar…

Terminei, com o corpo alimentado voltei para o meu lugar na ilha… por uns instantes tive a doce sensação de que nos encontraríamos lá… que você estaria me esperando… mas em poucos segundos senti o gosto amargo da distância… de dias longos que estavam por vir sem você por perto… Foi nessa hora que como diriam os outros “que a minha ficha caiu”… nessa hora que ficou claro que a partir dessa hora estamos conectados somente pelo nosso amor… e desde então não sou mais a mesma de até ontem… tornei-me uma presidiária do tempo… e vivencio a cada instante a matemática dos minutos, dos dias… e busco na física na solução para tornar tudo mais veloz… e enquanto não a encontro… exercito o meu português inspirado em você, em nós…. e peço que a biologia me dê forças para agüentar essa geografia que nos separa e dá uma pausa somente em nossa história….

I Love you…

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